terça-feira, 17 de março de 2009

Editorial - Edição Nº1 - 4 de agosto de 1918

Depois de vinte annos de ausência do jornalismo pombense, reaparece hoje “O Imparcial”, cheio de esperança e crente no auxilio de todos os filhos desta terra. “O Imparcial” reapparece no mais grave momento histórico da nossa nacionalidade; reapparece no momento em que todas as vistas se convergem para um só ponto – a guerra universal – e em que todos os corações almejam e sonham um só ideal – a Paz. O momento actual, é o momento culminante da história humana, é o momento delicadíssimo da história da Pátria em que a cada um de nós cabe a defesa da honra e da integridade nacional: E sendo assim “O Imparcial”, deixando de lado as paixões políticas, que nos conduzem sempre à borda de abysmos insondáveis e seguindo o programa traçado no primeiro número de sua primeira phase, trabalhará incessantemente em prol do engrandecimento de nosso Município, do nosso Estado e do nosso querido e sempre adorado Brazil. Fazendo reapparecer hoje “O Imparcial”, nada mais queremos, que prestar algum auxílio ao município e muito particularmente à causa pública. E o povo pombense que tão bem comprehende os impulsos pratiotícos de qualquer filho desta terra, que tão orgulhoso e desvanecido se mostra quando algum commettimento de real benefício e coroado de êxito nesta cidade, saberá devidamente apreciar e julgar o nosso esforço e os bons sentimentos que nos animaram a levar avante o reappareciment deste jornal, mormente nos tempos difficeis de agora. Como velhos lutadores da imprensa, não nos iludimos sobre as difficuldades que existem e os impecilhos que possam apparecer, entravando a nossa marcha, obstruindo o nosso caminho. Sabemos perfeitamente qua sem lucta, sem dispender grande somma de energia, sem por a prova de fogo a nossa força de vontade, a nossa tentativa se reduzirá a uma empreza mal succedida, será fatalmente um emprehendimento frustado. Não ignoramos também que a tentativa e animo resoluto de que nos achamos revestidos, não são suficientes elementos para nos conduzir à victória, para podermos resistir aos embates da sorte: temos como certo que laboriosa vida da imprensa, o maior sustentáculo com que se pode contar é realmente, com raras excepções o apoio público, o não ser que se mantenha o jornal por desabafo, por simples dilettantismo. E o balejo social, lactor decisivo e imprescindível que não falha nunca, não nos será recusado, estamos certos, dada importância do objetivo que temos em mira, a notória publica, que bem oriente a opinião publica, que combata pelos melhoramentos locaes e pelas felizes iniciativas, que denodadamente se faça echodas vozes que pugnam pelos interesses do Commercio e lavoura, tão lamentavelmente descuradas, emfim, que, sem tibieza, sem desfallecimentos mas abnegadas a patrioticamente, promova, estimule e encorage o progresso do Pomba. Assim, pois, contamos com o auxilio de todos quantos almejam o engrandecimento do nosso município.

* GERENTE – Agenor de Assis Vieira

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